Insónia
Poema ditado pela Lua
durante a noite, a lua estendeu devagar
os braços e abriu a janela do meu quarto
com um sorriso nos dedos de prata fina.
deixando lá fora a noite na mais perfeita escuridão,
entrou, afagou o meu cabelo molhado de lágrimas
e deitou-se na minha cama de espinhos de roseira,
falou-me com a voz tranquila de luz cor de platina
e cúmplice revelou-me os segredos dos deuses sagrados
que eternos comandam no tempo a vida e a beleza viva
Ana, entendo agora porque nasce o dia no teu corpo,
porque não sangram as feridas dos espinhos na cama
e porque se esconde rendido o sol por trás do teu peito